Clínica internacional de Olhão
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Quando ressonar é um sinal de alarme

5 de Fevereiro de 2019

Quando ressonar é um sinal de alarme

O Pneumologista Joaquim Magalhães explica quais as causas e o tratamento do Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), uma patologia que afeta sobretudo os homens e está diretamente relacionada com a obesidade
Quando ressonar é um sinal de alarme

O Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono é uma perturbação caracterizada por paragens involuntárias da respiração durante o sono, o que pode provocar, não só, noites mal dormidas e excesso de sonolência durante o dia, como uma série de problemas de saúde. Segundo esclarece à be healthy Joaquim Magalhães, especialista em Medicina do Sono, o facto de uma pessoa ressonar pode ser um dos sinais de SAOS, mas isso não significa que todas as pessoas que ressonam sofrem da doença. “De forma genérica, pode afirmar-se que a quase totalidade dos doentes com Apneia Obstrutiva do Sono têm alterações nas estruturas que compõem a orofaringe (garganta) e ressona. No entanto, o inverso já não é verdade, pois há ressonadores que não sofrem de SAOS”. De acordo com o Pneumologista do Hospital de Loulé, os principais sinais de quem sofre da patologia são as alterações que um sono superficial e que não é restabelecedor causam no nosso organismo. “Frequentemente, há a queixa de se estar mais cansado ao acordar do que ao deitar, assim como sonolência diurna excessiva, o que pode acontecer a conduzir, a ver televisão e até a conversar”, refere. A irritabilidade e mau humor, dificuldades na concentração, perdas de memória, o facto de ressonar, as paragens respiratórias e de a pessoa mexer-se durante o sono são também sinais deste problema de saúde. Quanto às causas, Joaquim Magalhães não tem dúvidas que a principal é mesmo a obesidade, pois o acumular de gordura leva ao estreitamento da garganta na região da base da língua. A prevenção consiste em a obesidade e praticar exercício físico, que só por si vai ajudar a evitar o aumento de peso. Nos casos em que não se consegue eliminar totalmente a causa, o tratamento mais habitual é o uso de uma pressão de ar positiva colocada no nariz e/ou na boca, através de uma máscara, ou outro dispositivo facial, que recebe ar através de um tubo proveniente de um pequeno aparelho. Há também a possibilidade cirúrgica, para alguns casos da alteração da anatomia das vias aéreas.

Sono: mitos e verdades

É mais importante a qualidade do sono ou a sua duração?

Ambas são muito importantes, pois se tivermos um sono de qualidade, mas em pequena quantidade, não vai conseguir “recarregar” o indivíduo para uma nova jornada de vigília. No entanto, um sono de má qualidade, por mais longo que seja, não prepara a pessoa para mais um período de atividade. 

Dormir a sesta é benéfico ou pode prejudicar o sono noturno?

Podemos dizer que pode ser ambas as coisas: benéfico e/ou prejudicial. Para o indivíduo sem problemas de sono, a sesta, no período e durante o tempo adequado, ou seja, após o almoço e durante 20 a 30 minutos, pode conferir melhor disponibilidade física e mental para o resto do dia. Já quem sofre de insónia, depressão ou epilepsia, poderá ver estes problemas de saúde agravados.

A insónia aumenta o risco de ter diabetes e doenças cardiovasculares?

É verdade, pois há substâncias no nosso organismo, como as hormonas, cuja produção é aumentada durante o sono, e outras em que é suprimida. As que são produzidas em quantidade maior do que o normal, na insónia, levam ao aumento de fatores de risco cardiovasculares, tais como hipertensão arterial, diabetes e colesterol e/ou triglicerídeos aumentados.

O consumo de bebidas alcoólicas à noite ajuda a dormir melhor?

Não. O álcool pode facilitar o adormecimento, mas torna o sono mais superficial, logo com menos qualidade. Por outro lado, o álcool aumenta o relaxamento geral dos músculos, agravando assim todos os doentes com apneia do sono e que ressonam.

Quem tem privação crónica de sono tem mais tendência para engordar?

Sim, é verdade. O sono ajuda a controlar o nosso equilíbrio energético, pois é durante o sono que se produz a leptina, substância produzida pelas células de gordura (adipócitos). Esta substância diminui o apetite, logo, se houver pouco sono, a sua produção diminui e o apetite aumenta podendo levar ao aumento de peso. Por outro lado, a produção das substâncias que nos aumentam o apetite é feita quando estamos acordados, por isso, se dormimos menos, maior é a sua produção.


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